Cercada de praias, lagoas, riquezas naturais e culturais, Marataízes é conhecida como a ‘Pérola Sul Capixaba’ por encantar visitantes e empreendedores em 26 anos de emancipação política, completados na segunda-feira (16).
Acredita-se que o nome “Marataízes” tem sua origem da língua tupi-guarani, com o significado “água que corre para o mar”, graças à grande quantidade de lagoas que vão de encontro ao mar.
Na visão do historiador Luciano Moreno, a história da cidade é muito rica e se confunde com a história do Espírito Santo. Ele narra algumas fases pelas quais o município passou para se tornar o que é hoje e destaca o que há de melhor na cidade.
“Marataízes surgiu de uma extensão da propriedade rural denominada Caxangá, cuja ocupação por Domingos de Freitas Bueno Caxangá se deu por volta de 1700 e a sede era onde hoje se encontra a sede do município. No entanto, a ocupação de seu território foi ocorrendo de forma incipiente ao longo do século 19, com um pequeno grupo de pescadores localizados na faixa costeira, especialmente na Barra do Itapemirim, e agricultores que cultivavam cana-de-açúcar mais para o interior”, conta Luciano.
De acordo com o historiador, no início do século XX, a construção da Estrada de Ferro Itapemirim (EFI), facilitou o acesso de muitos cachoeirenses e outros munícipes do entorno, ao litoral, que fugiam do calor típico da região.
A Pérola Capixaba
Nas décadas seguintes, com a popularização do lugar, houve um crescimento populacional e Marataízes passou a ser chamada de Pérola Capixaba nos anos 60 e 70.
“Apesar disso, a ocupação mesmo se dava nos períodos mais quentes de verão, tornando Marataízes um dos primeiros destinos turísticos da região que cada dia buscava autonomia em relação à sede do município, que não possuía grandes recursos pra assistir as demandas de todas as comunidades”, afirma.
Segundo ele, a ideia de emancipação já se fazia presente desde a década de 1970, mas foi em 1992 que o desligamento foi ratificado pela Assembleia Legislativa capixaba.
Um boom de desenvolvimento
O historiador lembra alguns pontos que caracterizam Marataízes como um município que experimentou crescimento e desenvolvimento.
“Marataízes se destaca pela agricultura e pesca além de vir tornando-se um importante polo comercial, já praticamente independente de outros centros, como Cachoeiro. Certamente, o turismo também é protagonista, pois o município é bastante atrativo para férias e feriados. Não podemos esquecer também dos royalties que o município recebe pelas atividades ligadas ao petróleo e das praias super aprazíveis, localizadas bem próximas de vários municípios do sul capixaba. Vejo também as possibilidades de negócios crescendo cada vez mais, com sistemas financeiros que atendem a região. A infraestrutura também vem sendo melhorada, até mesmo para atender à crescente demografia, com a praia central sendo revitalizada”, diz.
A secretária de Turismo, Sara Mezini, endossa as palavras do historiador. “São 26 anos de emancipação política com muito crescimento, especialmente nos últimos 6 anos em que a cidade experimentou um boom de desenvolvimento a partir dos investimentos em infraestrutura, saúde, educação, meio ambiente e todas as demais áreas. Marataízes cresceu e se transformou em um lugar cada dia melhor para morar, curtir e investir. E o poder público tem papel central nisso, sendo o propulsor desse salto de qualidade, garantindo melhoria de vida para quem mora e visita nossa cidade”, comemora a secretária.
Na próxima semana, Marataízes realiza a 21ª Edição da Festa do Abacaxi, um evento tradicional regado a muitos shows regionais e nacionais e a uma gastronomia que valoriza o produto da região, além de atrair turistas de outras cidades. Confira aqui a programação.
Preservar para empreender
Como o município pode crescer preservando sua história e suas belezas naturais? Para Luciano Moreno, o pensamento empreendedor deve ocorrer paralelamente ao desejo de preservação da memória do lugar.
“É necessário preservar o Rio Itapemirim, berço da nossa sociedade e os prédios ainda existentes, que nos contam um pouco desse passado. Se olhássemos para o passado com propósito de aprendizagem, não teríamos construções quase beirando o mar, por exemplo, suscetíveis às mudanças das marés e a prejuízos nas ruas e edificações. Essa é uma das preocupações do Instituto Histórico e Geográfico de Itapemirim e Marataízes – IGHIM, que fundamos em 2020 e onde atuamos para resgatar, preservar e divulgar a nossa história”, conclui.
Sara Mezini afirma que o município cresce “preservando sua história, seu legado e suas belezas naturais; sempre pensando em ações que sejam socialmente justas, ambientalmente corretas e economicamente viáveis.”
Um exemplo de preservação e urbanização são as obras de revitalização da Lagoa do Meio que estão em andamento e, aos poucos, está mudando o visual da região. Os imóveis próximos à Lagoa já tiveram valorização de 30% nas locações e de 15% nas vendas, mas existe previsão de chegar a 40%. Leia Mais.
Curiosidade
O historiador Luciano Moreno traz a informação de que Marataízes não tem apenas 26 anos de emancipação, mas 31.
“Está havendo um equívoco em relação à data de emancipação de Marataízes. Na verdade, são 31 anos (16/01/1992). Como houve uma série de contestações por parte de Itapemirim, a primeira eleição do município ocorreu em 1996 e o prefeito eleito, Sr. Ananias Vieira, assumiu em janeiro de 1997. As comemorações têm sido baseadas nessa última data, mas é um engano.”
População
O Censo do IBGE de 2022, divulgado em junho de 2023, aponta uma população de de 41.929 pessoas em Marataízes. No ranking de população dos municípios, Marataízes está na 14ª colocação no estado.